quinta-feira, 23 de maio de 2013

Resenha - Capitânia / Blind Pigs (2013)

[#78 Ano 1] Mai 2013
[Resenha de disco]

Essa resenha foi originalmente publicada no:

Blind Pigs – Capitânia

(Sweet Fury Records/Zona Punk, 2013)

A expressão “lobo do mar” sempre alude a um sujeito (ou um conjunto deles), cuja experiência no mundo fora marcada por adversidades, intempéries e situações intempestivas. No entanto, navegando com os ventos ou à deriva, ora vencendo, ora sendo vencido, este mesmo sujeito - cheirando à maresia, suor e sangue - chega sempre ao seu destino e nada se arrepende do que fez ou deixou de fazer. Olha pra trás e tira daquilo tudo algo que o impulsiona a seguir em frente. Capitânia, o mais novo disco do Blind Pigs, traz consigo este ambiente/sentimento em praticamente todas as suas faces: no próprio título do álbum, em sua composição gráfica e principalmente nas letras. Sentinela dos Mares, a faixa mais intensa do disco, talvez seja a que mais traga essa idéia incorporada e, em certo sentido, faz referência direta a própria trajetória da banda durante todos estes anos de estrada. “Já cruzei o horizonte, não tenho nada a temer. Na vitória ou derrota aprendi a nunca me render” é o refrão da canção, cantado de maneira sempre incitante e forte, como costumam ser os refrões do Blind Pigs. Incorruptível, que abre o disco, Punhos Cerrados; União; Ferro, Graxa; Antro de trastes e Cinco Cadeados, também carregam a mesma mensagem, embora de forma mais metafórica. Em União, a banda ainda brinda, como de costume, à fiel legião de inconformados, apresentando um som encorpado, num tom que me fez lembrar Dropkick Murphys. A faixa atípica recai sobre Adolescência acabou, a última do disco e única composição dotada de uma reflexão mais melancólica em relação à vida. No mais, o punkrock/hardcore pegado e sem frescuras de sempre. Riffs rápidos, intensidade nos vocais e backing vocals, bateria bem marcada, com utilização fantástica dos pratos de ataque. Um retorno e tanto dos velhos e cegos porcos. Vale a pena conferir. 

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