quinta-feira, 6 de junho de 2013

Artery Music Fest

[#127 Ano 1] Jun 2013
[Memória]

Em 2007 estive em São Paulo pra acompanhar Artery Music Fest, que rolou no Hangar 110. A resenha foi publicana originalmente no Valepunk.com e hoje compõe a seção memória da e-zine. 


Domingo nublado em São Paulo, resolvi colar no Hangar e conferir mais uma empreitada da Liberation Music Company, o Artery Music Fest, festival que vêm se tornando tradicional e que desta vez trouxe como uma das principais atrações o Bleeding Through, “um dos maiores expoentes do hardcore metal mundial”, na apresentação que fez parte do lançamento do disco “The Truth” na América do Sul.
Na porta do pico, poucas pessoas na fila. Lá dentro a banquinha de merch vendendo camisetas do Bleeding que nem água e um publico modesto que esperava ansiosamente o inicio do festival, que contaria com a abertura de mais 4 bandas: Leroy, Children Of Gaia, Fim do Silencio e Are you God?.
Eis que as cortinas se abrem para o Leroy dar o ponta pé inicial. O som dos caras transita entre o hardcore e o metal, com riffs pesados, rápidos e um vocal ora rasgado e gritado, ora mais melódico e suave. O destaque sem dúvida fica por conta do batera, bastante veloz e que com apenas dois pratos de ataque fez toda aquela barulheira. O set-list era composto em sua maioria por faixas do primeiro disco da banda, “A fênix que não renasce”, lançamento da One Voice Records. Pra finalizar um clássico cover do Nirvana.
O Fim do Silêncio subiu ao palco logo depois, com toda a energia de sempre, a casa bem mais cheia que o começo e revelando a sua nova formação, com Danilo no baixo e o Leandro (Ponto Final) assumindo os vocais no lugar do Muha. Os caras abriram com “Devolvendo cor á palidez”, com uma presença de palco incrível. As clássicas “Marreta” e “Um novo dia de revolta” fizeram a molecada se amontoar defronte ao palco e formar a tradicional roda. Além disso, duas musicas novas foram apresentadas. Público e banda muito envolvidos. Show foda.
Problemas no trânsito fizeram que o Children of Gaia atrasasse o show e fizesse um set menor que as bandas de até então. Menor, porem tão bom quanto. Como de costume, a agressividade sonora marcou o show inteiro, o Giu dando socos no ar e cantando com toda a fúria de sempre. Logo de cara Feeding the fire fez arrepiar quem estava lá. Musicas novas também foram tocadas. 
Minutos depois as cortinas de abrem e me deparo com um trio passando som. Olho pro lado e vejo um publico petrificado com a velocidade e pegada do baterista e com um baixista que zoa o braço inteiro do baixo e encaixa uns acordes no meio das linhas. Sonoridade sensacional. Logo depois sobe um vocal rápido, rasgado, gritado que sempre nos intervalos das musicas manda seus discursos recheados de ironia. E todos sabiam pra quem eles estavam direcionados. O Leandro do Fim do Silencio já tinha antecipado, o som dos caras é realmente foda, seguindo uma linha mais grind.
Assuadas de nariz e goles de cerveja a parte, eis que após uma passagem rápida de som sobe ao palco o esperado Bleeding Through. Aqui, novamente o som transita entre o hardcore e o metal. Motivados pela recém participação no Ozzfest, o show teve bastante energia e o publico respondeu cantando praticamente todas as musicas junto. A sonoridade se diferencia no conjunto de guitarras, mas principalmente na utilização dos teclados. Ótima equalização, publico curtindo de boa. Belo festival.

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