quinta-feira, 2 de maio de 2013

Urbanoise Fest 2009

[#10 Ano 1] Mai 2013
[Memória]

Em 2009 estive em Bauru/SP para acompanhar o Urbanoise Fest, que contaria como headliners o Nitrominds e o Ação Direta.  A resenha do festival infelizmente nunca foi ao ar e para inaugurar a seção Memória da zine resolvi publicá-la. 


Em uma noite extremamente fria, resolvi sair de casa, pegar um latão básico de uma hora e colar em Bauru/SP, para conferir o Urbanoise Fest 2009, uma empreitada da NOISECORP e SUBVERTA!DISTRO. Confesso que durante a viagem fiquei imaginando e conjecturando como estaria o cenário daquela cidade a qual nunca tive muito contato, apesar de morar vários anos ao lado. O festival contou com a presença de 6 bandas, a maioria da própria região, sendo as ultimas, Ação Direta e Nitrominds, ambas do ABC, novamente firmando a aliança que caminha há vários anos juntas.
Infelizmente, não pude pegar o show inteiro da banda que abriu o festival, Clarence Full Dead. Porém, o pouco que pude ver foi o necessário para impressionar. A banda aposta em uma variação interessante, ora mais puxada pro ska, ora mais pro hardcore melódico. A presença dos metais proporciona uma sonoridade incrível, agradável pra quem os vê e pra quem os escuta. As letras, em sua maioria, externalizam sentimentos individuais do cotidiano de jovens e adultos.
Após uma troca rápida de palco, eis que aparece diante de nós outra banda da cidade: D.O.S.  Com riffs rápidos e pesados, somados a um vocal rasgado e resistente, o som dos caras transita entre o hardcore da linha novaiorquina e o metal. O baterista muito rápido, usando sabiamente os pratos de ataque e o pedal duplo, assim como o vocalista e a sua posição efetiva de front man, com uma presença de palco incrível são os componentes que aqui destaco. Resumindo, agressividade e velocidade. Palavras que contemplam o que é o D.O.S.
Com a casa um pouco mais cheia do que o inicio, os agudenses do Artigo DZ9 se apresentam. Com certeza o destaque recai sobre a composição, com letras engajadas, politizadas, contestatórias.  Nada mais nada menos que o punk/hardcore em sua essência. Percebi claras influências do punk rock brasileiro oitentista. O posicionamento da banda no palco também muito me agradou. Em vários momentos os três componentes da banda cantavam/berravam juntos, como que se gritassem palavras de ordem.
Em seguida subiu ao palco o Subcut, de Presidente Prudente/SP. Riffs rápidos somados a uma bateria extremamente(!) veloz,  grunhidos e berros. A molecada se debatendo feito loucos no chão. Esse foi o quadro que a banda nos desenhou. Foda. Nos intervalos das musicas o baterista e o baixista conversavam muito com o publico, expondo suas ideologias, seus pensamentos, suas idéias.  Grindzêra feita no interior, qualidade 100 por cento.
Após uma longa passagem de som, com uma troca quase total de palco, sobe o conclamado Ação Direta. Confesso que conheço muito pouco da banda, mas sempre que os assisto saio satisfeito. Os caras tocam com tesão, com o sangue fervilhando. E esse posicionamento quase sempre implica em frisson no publico que observa. Destaco a postura do vocalista no palco, cantando com raiva e ódio, andando de um lado para o outro, como um animal enclausurado enfurecido. As letras criticas e contestatórias evidenciam o punk/hardcore da escola antiga.
Para finalizar com chave de ouro Nitrominds! Som do bom e casa cheia, apesar do set relativamente curto. André e Lalo sempre trocando aquela idéia com o publico, incentivando-os a cantar e a se empolgar. Após a clássica abertura instrumental, tocaram clássicas como “Bjstand and old Vienna” , “Flowers and common view”.  A mais pedida e a que talvez tenha mais enlouquecido foi “Policeman”. Contudo o repertorio foi recheado por musicas dos três últimos álbuns, as quais não deixaram de fazer com que a galera afinada cantasse junto. Banda foda, noite foda.


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